26.12.06

Conhecendo o mar


Bom dia pessoal!

Ontem passei o feriado de natal conhecendo o mar. Do primeiro contato não tenho nenhuma lembrança. Achei o lugar demasiadamente tranqüilo e acabei caindo no sono. Aquele calorzinho, o barulho das ondas, o balanço do carrinho... tudo isso ao mesmo tempo acabou me dando uma fiaca monumental (gostaram dessa, hein...) e se eu não tivesse sido despertado teria voltado do litoral sem passar por uma das mais incríveis experiências que o ser humano vive desde tempos imemoriais: entrar na água até as canelas pela primeira vez.



Adorei a temperatura da água. Refrescou o calorão. Até de longe qualquer um poderia perceber o meu branco-berçário. Com um sol tão ardido, só foi possível visitar a praia após um lambuzamento generalizado de protetor solar fator 50. Me senti como uma bisnaguinha na manteiga.



Já tinham me falado que o mar era a maior quantidade de água que existe, mas eu nunca tinha imaginado uma banheira tão grande. Os barquinhos de borracha que passavam de um lado a outro eram, sem dúvida nenhuma, os maiores brinquedos que eu já vi. Pra brincar com eles, só mesmo sendo do tamanho do King-Kong. (Pensaram que eu não conhecia o macacão, hein?)



Depois de uma manhã tão legal que eu passei na praia, considero que o meu calção-de-banho verde-limão está oficialmente estreado. E espero que em breve eu possa novamente visitar o reino de Poseidon (fala sério, até mitologia grega eu domino...)e recolher muitas conchinhas para a minha futura coleção.

Beijinhos pra todo mundo e feliz 2007!

Victor

21.12.06

O velho está nas últimas - reflexões de um bebê muito esperto (modéstia às favas)


Olá todo mundo!

Este ano já está no finzinho, respirando por aparelhos... Não posso nem sequer dizer que "mais um ano" se vai, pois esse foi o meu primeiro. Daqui a poucos dias vou saber como é que o ano novo nasce. Será de parto normal ou cesariana ? Sei lá... nunca vi isso. Deve ser um nascimento e tanto, pois todas as pessoas do mundo estão atentas a essa mudança. Para mim este 2006 foi sensacional, pois eu tive uma tranqüila viagem desde o céu dos bebês até o hospital onde a mamãe estava me aguardando numa maca e toda anestesiada. Por essa porta eu vim para integrar o contingente dos valentes que vão ter a coragem de viver no século XXI.


Pelo que eu já vi nestes meus quase onze meses de vida, não é bolinho não... Tem carestia, atentados, discórdia, roubos, mentiras, tiranias, seqüestros, acidentes, poluição, guerras e muitas outras maldades. Parece até que essas maldades se avolumam. Mas também tem uma resistência a tudo isso, gente fazendo coisas muito boas: solidariedade, fraternidade, carinho, tolerância, gentileza, avanços tecnológicos e científicos. O papai e a mamãe falam muito comigo e de um jeito ou de outro sempre me ensinam que eu vim para participar do segundo time, dos que têm a dura missão de mudar este mundo para melhor, mesmo que seja de pouco em pouco e que leve muitos séculos.



Ultimamente ainda quebrando a cabeça para entender o Natal. São lindas as árvores, os presentes, o Papai-Noel, as renas, o shopping todo enfeitado e lotado... mas qual será o significado disso tudo? Me disseram que no dia 25 de dezembro se comemora o nascimento do maior mestre que já esteve por aqui. Espero que toda essa festa que se faz seja para celebrar esse aniversário, embora pareça que muita gente veio para a festa para comer e se divertir, sem se dar conta da presença do aniversariante! É um certo paradoxo, não? (Hoje de manhã procurei "paradoxo" no "pai-dos-burros", caso contrário eu não poderia comentar sobre o assunto com tão distintos leitores...)



Com todos esses pensamentos fervilhando na aposta do futuro, eu desejo a todos os meus leitores um feliz Natal, quero que todos se divirtam sem esquecer do mais importante, que é justamente dar sentido à festa! Trazer um presentinho para o aniversariante. Dizem que ele não liga muito para as embalagens e que gosta mesmo é das atitudes. O melhor presente que eu posso dar pra ele, então, é a mais nova coisa que eu aprendi: bater palminhas ! Prometo que no futuro me esforçarei mais a fim de trazer o presente que ele pediu: amar ao próximo como ele nos amou! E que venham todos os convidados da festança imbuídos de bons pensamentos para assistir o nascimento do novo ano (seja de parto normal ou cesariana). Só tenho uma dúvida: No aniversário do Papai-do-céu tem brigadeiro? Vou procurar saber...

Beijinhos pra todo mundo!

Victor

PS - Repararam no meu traje de banho para o verão 2007? Será que alguém me empresta uma praia ou piscina para que eu possa estrear minha bela sunga verde-limão?

13.12.06

Árvores de natal



Olá pessoal!

Estou cheio de novidades. No último fim de semana fui na minha pediatra pra escutar os barulhos do meu peito e sabe o que ela disse? Não tem barulhos! O catarro se mudou daqui pra bem longe e não preciso mais fazer inalações e tomar remédios. Tá tudo suspenso. Como foi rapidinha a consulta, aproveitei pra dar umas voltar pelo hospital. Fiquei maravilhado com as árvores de natal. Eu nunca tinha visto isso, pois no natal do ano passado eu ainda estava na barriga da mamãe e lá não havia espaço para árvores... Como são legais! A cada uma que eu vejo, abro aquele sorrisão. Tem umas que são enormes e cheias de enfeites até lá no topo! Muito legal!

Depois de ver algumas árvores pequenas e médias eu fui até o saguão central do hospital apreciar uma árvore gigante. Foi aí que eu conheci uma senhorinha que estava lá internada. A dona Nazira é uma árabe velhinha, bem velhinha, mas muito velhinha mesmo, que assim como eu estava passeando pelos corredores pra ver as árvores de natal. Só que ela ia numa espécie de carrinho de bebê que me disseram ser uma "cadeira-de-rodas". É que a dona Nazira levou um capotão e quebrou o fêmur. Conversamos um pouquinho. Descobri que ela tem uma pajem (uma espécie de babá) porque os filhos nunca tem tempo pra ela. A pajem me contou que ela ficou tanto tempo deitada no hospital que fez até feridas nas costas. Gente... isso é muita judiação, não é? Aprendi que se um dia meus pais estiverem bem velhinhos e doentes, devo fazer companhia pra eles se sentirem melhor. Depois desse encontro de gerações tão distantes, saímos os dois mais felizes.

No domingo também fiz um passeio legal. Fui ver mais árvores, dessa vez no Shopping Morumbi. Cada uma... Gigantes!! E todas enfeitadas. Eu parava em todas e dava até risada. Lá no Shopping eu vi de relance o papai Noel. É um velhinho simpático com umas roupas estranhíssimas. Tudo vermelhão e de lã! Tava um calor de assar peru ao relento e o Papai Noel lá todo encapotado! Mas sabe como é, né... dizem que os velhinhos são "friorentos"... Esse passeio foi bem mais legal do que ficar em casa roendo o controle remoto do DVD.

Aqui em casa, mesmo estando melhor de saúde, continuo recebendo visitas das crianças do prédio. Quem tem vindo mais vezes nos últimos dias são os irmãos Vitor (meu xará) e Guilherme, de 12 e 7 anos. Eles vêm quase todos os dias me visitar e também gostam de ver o Kite. Legal, né? Estou fazendo amizades depressa.

É isso aí, fiquem ligados no meu diário que em breve eu mando mais notícias. Beijinhos pra todo mundo!

Victor

7.12.06

Tratamento




Bom dia pessoal!

Hoje acordei com um super bom humor. Até aprendi a falar uma palavrinha. Estavam me ensinando a falar "mamãe" e "papai", mas eu disse outra coisa... eu disse: "atum!" Serve? É uma palavra, oras...e pode até ser muito útil em momentos decisivos numa pizzaria.

Estou ainda no tratamento daquela gripe que se complicou. Tudo começou há duas semanas, quando a minha tosse ficou cavernosa. Aí fomos na minha pediatra, ele ouviu os barulhos do meu peito e disse que tava tudo cheio de catarro. Na hora me senti um privilegiado. "Oba! Eu tenho catarro!" - Pensei. Depois me explicaram que esse tal de catarro não é coisa boa. Aí começou o show de horror. Me fizeram respirar uns vaporezinhos, enfiaram uma mangueirinha no meu nariz pra sugar esse tal de catarro que eu nem sei como veio parar dentro do meu peito. Não sugaram direito, só tiraram sangue das minhas entranhas. O papai até saiu do quarto com os olhos vermelhos porque não aguentava ver a cena de tortura chinesa. A mamãe ficou lá tentanto me acalmar enquanto o sacrifício por via nasal era levado a cabo. Tiraram uma foto dos meus pulmõezinhos e a pediatra concluiu solene: "É. Pneumonia." Péssimo, péssimo... Eu odeio esse pessoal de roupa branca que me espeta e futuca todos os meus buracos! Dizem que a morte vem de preto, né? Bobagem! Todos os cavaleiros do mal estavam de uniforme branco!



Depois viemos pra casa e desde então o tratamento tem sido aqui mesmo. Aqui nós temos uma máquina de vaporezinhos também... Aliás, eu precisei de duas maquininhas diferentes por causa de um dos remédios. Muito obrigado ao tio Sérgio Trancoso, à tia Maria, o Daniel e a Juliana que me emprestaram a segunda maquininha. Isso está me ajudando muito a respirar melhor. Uma lição que aprendi desse episódio é que na vida, às vezes, a ajuda vem de onde a gente nem espera...

Mudando de pato pra ganso e de ganso pra gato, aqui vai uma fotinho do meu amigo Kite. Não tá lindão ele?

Tem sido uma semana difícil, mas dá pra ver que eu estou melhorando. Não tenho tido muitas visitas. Até agora a única pessoa que veio me visitar foi a vovó Sandra, no último fim de semana. Mas também, essa é uma visita que vale por duas porque ela ainda nem conhecia a minha casa. Fico no aguardo de uma visitinha dos demais avós e dos meus tios e tias. Durante a semana, às vezes, vem algumas crianças que moram aqui no prédio, principalmente a Ágata e a Alicia, que são duas irmãs de 11 e 8 anos. Elas vem me ajudar com a inalação e também aproveitam pra ver o Kite, que elas acham muito fofinho. Espero que mais gente venha me ver, pois esse tratamento é muito chato e eu me sinto meio capotadinho. Também agradeço muito a todos os que mandaram vibrações de melhoras, especialmente os vovôs que moram na praia que não tem condições de vir pra cá a todo momento.

Beijinhos pra todo mundo!

Victor

1.12.06

A volta do Morcego-Vermelho e a comemoração dos meus dez meses


Olá todo mundo! Sei que demorei um pouco pra entrar em contato, mas é que estou em tratamento das complicações daquela gripe e acabei sem tempo pra atualizar meu diário eletrônico, desculpem, queridos leitores.

Gostaram da minha cara de capa vermelha? Essa linda capa cor de cereja estava muito bem guardada com a minha avó. Ela pertenceu ao papai. O papai nasceu em 1972, lá no longínquo século XX. Ele usou a capa mais ou menos até 1978, só que não mais pra se abrigar do frio... Segundo me contaram, quando criança, o papai se transformava num super-herói, o temível Morcego-Vermelho! E essa era justamente a capa que ele usava pra voar por aí defendendo os fracos e oprimidos.

Na semana passada teve um dia frio pra chuchu e minha capa (que é azul celeste) não estava disponível. Aí eu voltei da escolinha com a vermelha, que tinha acabado de chegar do antiquário familiar. Agora que eu herdei a capa, vou esperar até os cinco ou seis anos pra ver se eu herdei também os super poderes do morcego pra levar a justiça aos "frascos e comprimidos".



E por falar em idade, hoje é o meu mesversário: estou completando dez meses. Duas mãozinhas cheias! Todos os dedinhos sendo usados, até os piquiticos. Restam só dois meses pro meu bolo com guaraná. Mal posso esperar.

Beijinhos pra todo mundo!

Victor