28.9.08

Neologismos e apelidos infantis


Olá turma! Dando seqüência à cômica série "Coisas que eu ando dizendo", hoje vou compartilhar algumas palavrinhas que eu mesmo inventei.


Tudo começou quando meus ouvidos atentos captaram algumas coisas que os adultos chamam de palavrão. Sendo um pequeno papagaio, tenho o hábito de repetir tudo o que escuto. E com esse exercício de dialética, acabei falando coisas que crianças não podem falar e logicamente fui repreendido.
Muitas crianças na minha idade, quando falam o primeiro palavrão, deixam os pais de cabelo em pé. Geralmente acontece de os pais ficarem achando que a gente ouviu palavrões na escola e o pessoal da escola achar que é em casa que a gente aprende a falar coisas feias. Porém, esse verdadeiro jodo-de-empurra não serve para nada. Na verdade, pouco importa onde a gente ouve os palavrões, o que interessa mesmo é onde e quando a gente os fala. Deixar de ouvir é impossível. Até mesmo na TV, a qualquer horário do dia, sempre tem alguém falando palavrões. Nas músicas, pior ainda. Então, como não se pode evitar de ouvi-los, a gente tem é que aprender a não falá-los, pelo menos enquanto somos pequeninos.


O meu caso é bem curioso. Meus pais entraram em contato com minhas professoras e com elas chegaram a um acordo: chamar a minha atenção para que não ofenda ninguém falando palavrões. É consenso entre os adultos que a gente nem sabe o que está falando e que muitas vezes é até engraçado, só que conforme a gente vai crescendo um pouquinho, a graça vai acabando e a criança corre o risco de se tornar apenas um moleque boca-suja. Mas, voltando ao caso concreto, fui repreendido em casa E na escola. O resultado é que naqueles momentos em que pisam no meu calo e tenho vontade de xingar alguém, eu uso minhas próprias palavras:


- "Pacalaca" = às vezes é um xingamento, às vezes uma brincadeira, do mesmo jeito que os adultos se xingam de brincadeira. Ex.: "- Foi o pacalaca do Juquinha que pegou meu brinquedo"


- "Pacalaca-laca" = o mesmo que pacalaca, porém mais surreal, geralmente usado quando estou brincando com meus personagens da fazendinha ou simulando uma voz humana para meus carrinhos. Ex.: o porquinho diz para o cavalo: "- Hoje vamos almoçar no posto de gasolina, pacalaca-laca!"


- "Macaduxa" = um tipo mais meigo de pacalaca. Ex.: Na hora da comida, quando eu já papei bastante e não tenho espaço na barriga pra mais uma colher. Aí eu digo pro papai ou pra mamãe, "já chega, macaduxa!"


- "Puxuluca" - esse eu falei hoje, pela primeira vez, quando queria ficar passeando mais tempo. "Só mais um pouquinho, puxuluca..."


- Chachapoya - Isso eu falo há muito tempo, pelo menos seis meses, desde que escutei um narrador da TV falando sobre a vida dos chachapoyas, um povo antigo dos Andes. Adorei a palavra. Geralmente saio andando pela casa, batendo "as asas" feito um franguinho e cantando "Chachapoya! Chachapoya!"


Bom, esses são alguns exemplos de nomes e substitutos para outras palavras, sejam elas feias ou apenas não tão engraçadas quanto as que eu invento. Quase todos os dias eu invento alguma, mas nem todas são compreendidas ou lembradas pra vir parar no meu diário. O efeito inevitável é que meus pais, amigos e professores estão me chamando por esses nomes, de modo que além de ser o Chefe, Chefia, Pocoyo e, claro, o Vitinho, agora também sou o Macaduxa e o Pacalaca.


Espero que tenham gostado da historinha de hoje! Beijinhos pra todo mundo!


Victor Pacalaca


PS - O papai me contou que na infância era chamado de "Sacatrapas", "Bigorrilho" e "Tarantaró", dentre outros nomes que não se lembra, mas isso foi lá no longínquo século XX. No XXI a gente tem mais nomes, mais invenções e tudo muito mais cedo.

27.9.08

27/09 - Aniversário do Kite

Kite, parabéns pelos seus dois aninhos! Hoje vamos comemorar com bolo e guaraná e cantar parabéns pra você, tá bom? E como você é um gato tão "dinâmico" e "hiperativo", vou te dar de presente um travesseiro, um cobertor e um pijaminha. Tá bom assim, amigão?







Kite, você não passa de um "come-e-dorme", mas mesmo assim eu te amo, viu? Parabéns pelo seu dia! 

Victor

 

12.9.08

Coisas que eu ando dizendo

Olá pessoal!

Hoje vou revelar a vocês algumas coisas muito engraçadas que uma criança da minha idade é capaz de falar.



Diálogo 1) Espreguiçar em bizantino

Outro dia, eu acordei mais cedo que todos. Chamei alguém pra me tirar do berço. Chegou a mamãe. Ela me levou pro quarto dela e pediu pra que eu acordasse o papai. Lá fui eu pra beirada da camona. Com ênfase, cutuquei o papai. "- Acorda, papai, abre o olho, esquibiça!"

("Esquibiça", do verbo esquibiçar, no modo imperativo.)

Diálogo 2) Esclarecendo a realidade dos fatos

Num desses dias em que eu estava elétrico, fiz um monte de arte. Fiz "gabunça", fiz malcriação, chororô, manha... Aí o papai me deu uma bronca, mais ou menos assim: "Victor, você não pode fazer malcriação! Você tem que ficar bonzinho." E eu respondi, categórico, o seguinte: "Papai, eu não sou bonzinho! Eu sou feliz!" e abri um sorriso mais amarelo que gema...




Diálogo 3) Um bom negociador nas crises

Eu ligando pra vovó:

(Victor): - Alô, vovó, hoje eu fiz malcriação.
(Vovó): - Victor, a sua casa caiu?
(Victor): - A casa caiu.
(Vovó): - Quem deu bronca, a mamãe ou o papai?
(Victor): - O papai. Ele tá "bavo".
(Vovó): - Você não pode fazer malcriação, Victor. Tem que se comportar... (após uma pausa) - Quando você vem aqui?
(Victor): - Domingo
(Vovó): - O que você vai querer no domingo?
(Victor): - Minduim, bolacha de biga e Coca-Lóla!


Diálogo 4) Aprendendo outros idiomas

Depois de meses assistindo Shrek 2 e Shrek 3, teve um dia que eu pedi pra assistir o Shrek 1, só que eu não sabia explicar direito qual era o filme que eu queria. Aí eu expliquei: "- Eu quero ver o Shrek do Somebody!" É claro que todos entenderam, pois o Shrek 1 começa com uma música do Smashmouth cujo primeiro verso é: "Somebody once told me..." Desde então, quando eu quero ouvir a música eu sempre peço Somebody e quando quero ver o filme, peço pelo Shrek do Somebody.



Diálogo 5) Ironia involuntária

Eu tenho 3 miniaturas dos filmes do Shrek: o próprio Shrek, o burro e o Gato de Botas. Outro dia, a mamãe estava me levando pra escola e eu ia levando o Shrek na mão. O papai já tinha sumido, pois toda manhã ele desaparece um pouco antes de eu ir pra escola. Chegando na Aiaia, eu tive a seguinte conversa com a mamãe:



(Victor): "- Mamãe, cadê o papai?"
(Mamãe): "- Ele já foi trabalhar"
Aí eu olhei pro Shrek que estava na minha mão e soltei a seguinte pérola:

"- O burro também já foi trabalhar, né Shrek?"




Diálogo 6) Qualidade e quantidade

Ultimamente descobri a delícia que é comer uvas verdes. Outro dia comi tantas que fiquei com dor de barriga. No outra vez que eu vi uvas verdes aqui em casa não me deixaram comer quantas quisesse. Ganhei apenas um potinho com poucas uvas já separadas do cacho. Aí eu pedi da seguinte maneira:

"- O Victor quer mais um pouquinho. Só uma, duas, quatro, cinco e seis."





É claro que andei falando muitas outras coisas engraçadas, até mesmo uns palavrões que não vou repetir aqui, justamente pra ver se eu os esqueço em nome da boa educação, mas nem tudo que acontece vira assunto de blog, não é mesmo?


Beijinhos pra todo mundo!


Victor