26.1.09

Contagem regressiva para "então tá!" e Feliz 2009!

Olá, pessoal! Desculpem a demora, mas acontece que todos comemoram o ano novo no dia 1º de janeiro e eu só começo a contar no dia 1º de fevereiro, ou seja, estou na iminência de completar meu terceiro ano. Entrei oficialmente em contagem regressiva para “então tá!”


(Aqui estou eu sorrindo para a câmera no Parque do Ibirapuera)

Tal qual o homem na Lua, no último ano dei alguns pequenos passos que para mim significaram grandes conquistas. Em 2008 aprendi a pedalar a tonka e com menos de um mês de 2009 já estou pedalando a bicletinha que ganhei no natal. Ainda sob os auspícios de Noel, aprendi a usar o vaso sanitário e enviar a minha caca para o Pólo Norte, como matéria de troca por brinquedos e doces (um péssimo negócio para o bom velhinho).

Aprendi a me comunicar melhor, a expressar meus pensamentos, a imitar os bichos, a chamar os amigos pelo nome. Aprendi que sou muito afortunado por ter papai e mamãe, tios e tias, vovôs e vovós. Percebi que algumas coisas são mais divertidas do que outras. Brincar com água é maravilhoso, seja na piscina, na praia, na bacia ou simplesmente na mangueira. Brincar dentro de uma toca é sinônimo de alegria, especialmente quando a toca é uma árvore frutífera carregadinha, mas mesmo que seja só um cobertor no sofá também é sensacional.



(Eu e a mamãe no Parque da Aclimação conhecendo a Judith)

Aprendi que tenho limites e que aqueles que mais me amam são justamente os que jamais deixarão de impor esses limites que eu tanto preciso conhecer. Aprendi que tenho amigos, uma patota na escolinha em perfeita sintonia de peraltice (Eu, o Mário, o Henrique e o João Gabriel -turminha identificada pelo nome de "A Quadrilha", segundo as tias).


(Eu e o resto da "quadrilha" na festinha do Mário - curiosamente nós 4 fazemos aniversário na mesma quinzena)

Sabe, não é fácil ser uma criança do Terceiro Milênio. Tudo muda muito depressa, talvez depressa demais. Consequências das conquistas tecnológicas. Aliás, consequência não tem mais trema. Linguiça também não. Comeram a trema da linguiça junto com a própria, dentro de um sanduíche ao vinagrete. Se fosse um "queijoquente" teriam comido o hífen todo derretido. E aí estão dois lanches indigestos para os lusitanos, inventores do idioma! Da minha parte, nunca vou escrever uma trema, aliás, é lógico que ainda não sei escrever nada. Este texto é apenas um milagre de projeção mental... Mas além de poucos hífens e nenhuma trema, meu mundo terá poucas geleiras, pouca água potável, e talvez nenhum tigre, gorila ou baleia-franca... Espero que eu aprenda sobre a Floresta Amazônica em aulas de geografia e não nas aulas de História, através de filmes antigos exibidos em telões ultratecnológicos - documentários que servirão para mostrar o que antes existia no lugar das dunas de areia ou das plantações de soja transgênica e pasto. Essas preocupações e desafios virão todas a seu tempo, conforme eu cresça. A maioria dos eventos, sem dúvida, não posso prever. Por enquanto, estou me desenvolvendo a contento.
(Eu fazendo cara de Homem-Aranha, um dos heróis favoritos)

No último ano aprendi a contar até dez. Pronto, já conheço todos os números que existem. Os demais são apenas combinações e resultados de deduções lógicas a partir da base decimal. Um passinho de cada vez. Neste mês de janeiro aposentei o leite ninho, meu velho companheiro de crescimento. Agora eu tomo leite integral na mamica, o mesmo que o papai toma. Sem perigo. Viva a flora intestinal, outra prodigiosa conquista! E olha que já larguei as fraldas diurnas, passei com louvor nessa disciplina. Para 2009, um dos objetivos é me livrar da fraldinha noturna, aquela que mantém a integridade do meu colchão durante as madrugadas... Fazendo uma conta rápida, desde que eu nasci e até completar três anos, daqui a poucos dias, eu terei usado cerca de 2650 fraldas. Não é à toa que meus pais conseguem me trocar até no escuro do quarto! Com tantas repetições assim, conseguiriam até cantar Nana-nenê em sueco.

É justamente a repetição que nos faz evoluir. Aprender a pedir por favor e a dizer muito obrigado. A pedir licença e aprender a cantar uma canção, tudo exercício de repetição. E agora as repetições serão importantíssimas. Com três aninhos quase completos já tenho um monte de vontades próprias, nem sempre adequadas. A repetição de tudo que é bom será a chave da disciplina, do meu desenvolvimento.

E repetindo o mantra de coisas positivas, ouvindo as ladainhas que o papai, a mamãe a as tias da Aiaia me recitam diariamente, vou iniciando o quarto ano da minha vida, penúltimo da primeira década do século 21. É mole? Não é mole, não. Uns dizem que eu sou ligado no 220, outros dizem que sou Índigo, hiperativo - a pediatra jura que eu sou só "hiperchatinho" - mas eu sou apenas o produto da minha época: precoce, bem treinado, nativo digital, um tantinho impaciente e cheio de vontade-própria. Em uma palavra resumiria a geração anterior: um pestinha, mas um pestinha profundamente amado. É assim que me sinto.

As mudanças estão por toda parte, chegando pelo e-mail, via Wi-Fi, ou pelo telefone celular, em recados SMS ou via Blutooth... Perdoem meu palavrório deveras tecnológico, mas é isso que o mundo virou e é de crianças como eu que o mundo vai precisar. Os da minha geração têm a necessidade de se virar com toda essa parafernália comunicativa. Se fôssemos mais lentos, viríamos a nos tornar expectadores das mudanças, das notícias. Não é para isso que a gente vêm ao mundo. A gente nasce para transformar, para atuar e ser parte atuante na evolução, no progresso do mundo, ainda que apenas na escala do nosso círculo de convívio. "Fazer a diferença", é para isso que a gente nasce e, resumidamente, é isso que me ensinam todos os dias.

(Aqui estou eu falando ao celular. Meus pais precisaram viver quase trinta anos para ter essa experiência)

Todas as noites vou dormir e agradeço ao Papai do Céu pelo dia que eu tive. Sempre agradeço pelas brincadeiras, pelos amigos, pelos meus pais e por todas as coisas que simbolizam o privilégio da vida. Geralmente peço ajuda para que eu me comporte no dia seguinte, aprendendo aos poucos a ser um menino educado e paciente, para absorver tudo o que é necessário.

Que todas essas condições permaneçam presentes, é o que eu peço de presente pelo meu aniversário. Que as oportunidades que eu tenho desde que nasci se mantenham. Que o feliz rumo da minha existência mantenha seu curso e eu possa viver intensamente a plenitude da infância, da inocência, do aprendizado e do profundo amor da minha família. Isso é a felicidade.



(Aqui estou eu treinando para soprar a velinha no próximo dia 01/02)

5 comments:

Anonymous said...

Meu filhote, não se preocupe tanto com essas dificuldades, que cada coisa virá a seu tempo e nós estaremos sempre ao seu lado para te guiar. Parabéns pelas vitórias que você teve no último ano, que foram todas muito expressivas! Não se esqueça que o papai e a mamãe te amam mais que tudo nesta vida.

Papai

Anonymous said...

Belas e sábias palavras. Como diria um gerente administrativo na gringolândia. "inside".
Uma lição para o futuro e uma aula da experiencia vivida no passado não distante.
Parabens Victor, a voce,e tambem ao papai e a mamãe que têm uma estrelinha como voce brilhando o tempo todo ao lado deles.
O vô Hamilton aqui de longe está torcendo e rezando para ter a felicidade de ver por bastante tempo voce se transformando num homem de valor.

Priscila said...

Sim! Sim, Victor!
A mamãe fica muito feliz em ver que você tá crescendo com saúde.
Já percebo alguns traços de personalidade bem marcantes em você: determinação e vontade de aprender! Espero que você seja sempre muito feliz; que tenha amigos fiéis, que tenha saúde, e sobretudo, que seja um homem íntegro e de bem.
Como mãe, rezo todos os dias para que o Papai do Céu me dê força e saúde para ajudá-lo a aproveitar o máximo possível dessa encarnação. Assim como aprendi com a minha mãe, estarei sempre ao seu lado.
Parabéns!
De sua mãe que o ama muito,
Priscila

Anonymous said...

Oi, li sobre o calazio e por favor preciso saber qto tempo durou, se foi preciso cirurgia e qual o nome da pomada...enfim tudinho.
Minha nene tem 1 ano e 7 meses e a quase 20 dias esta com calazio e esta so aumentando, pois no inicio pensavamos que era terçol.
Fico no aguardo grata
FELICIADES pelo niver recente!
Gabriela (Mmamãe da Camilla)

Anonymous said...

Gabriella, o calázio do Victor regrediu após uns 15 dias, mas pode durar mais. O principal fator para a regressão foi a insistência nas compressas quentes "massageando" o local. Note que sendo próximo ao olho, "quente" é pouca coisa a mais do que morno, a região é muito delicada... Com compressas três ou quatro vezes ao dia, tem uma hora em que o calázio regride, a secreção é expelida, o inchaço diminui. Para o Victor isso foi mais eficiente do que qualquer pomada. A necessidade de cirurgia ocorre se o calázio "endurecer". Aí as compressas não resolvem. Somente o oftalmologista, ao examinar minuciosamente, será capaz de decidir se já se trata de caso cirúrgico (aliás, uma cirurgia muito simples). Espero que a dica tenha ajudado...

weber (papai do Victor)